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18 de agosto de 2019

Entendendo (ou não!) o ser humano

Dia desses estava analisando comportamentos alheios. Calculando, medindo e pesando... e quanto mais raciocinava mais difíceis se tornavam as conclusões, dadas as inúmeras variáveis completamente fora de meu alcance. "Eu pensei que entendia de tudo. Que sabia de tudo! Mas vivia no ar..." (Obrigado pela participação, Roberto!) No entanto, numa teimosia tola... o raciocínio seguia até mesmo sem meu desperto consentimento... Não chegava a comentar nada com ninguém. Apenas fazia aquela "fofoca mental", até que chegou a hora de comungar. Não te contei o detalhe, certo? Eu estava na Missa e uma Missa inteira havia se passado sem que eu o notasse. Pedi perdão a Nosso Senhor por tal distração, ainda que, em parte, fosse involuntária e, ao comungar, Lhe entreguei todo o raciocínio e disse: "Desisto de tentar compreender os porquês das atitudes alheias. Apenas entrego em Suas mãos as vidas e comportamentos de fulano, fulana etc.". Experimentei uma paz incalculável.

Dia desses, uma de minhas filhas, a Zero Cinco (sempre enumero para não perder as contas), começou a contabilizar pessoas que conhecia. Fez aquela cara de que era gente pra caramba e me mandou a indagação: "Pai, ainda existe gente que eu não conheço?" Neste momento, sorri e limitei-me a dizer que sim. Não quis ser muito enfático em relação à estatística demográfica que lhe indicariam um desconhecimento de cerca de 8 bilhões de pessoas. Deixa que até ela crescer vai notar, descontente, que não conhecia "todo mundo" à maneira literal que sua cabecinha de 4 anos supunha.

Cada ser é um. Um mundo. Um universo. Desconhecemos 8 bilhões de universos que aí estão, fora os que passaram e os que virão. Conhecer-se a si mesmo já é um desafio por excelência. Não existe replay, ainda que possam haver semelhanças e coincidências entre pessoas. Não é possível delimitar ou definir pessoas por quaisquer teorias que existam: dos temperamentos e humores à teoria comportamental, passeando pelos astros ou a qualquer outra forma de tentativa de definição da incógnita por excelência que é uma só alma humana! Tolo é quem julga identificar e conhecer uma pessoa baseando-se em uma ou outra característica que lhe chame a atenção, ou, pior que isso, julgar compatibilidades e incompatibilidades entre as almas com base nessa observação superficial. É como querer desvendar todos os segredos de uma densa floresta com base no estudo aprofundado e específico de um inseto que lhe cruzou o caminho no início da trilha. O ser humano será sempre um mistério surpreendente e Deus, genial demais para usar o Ctrl C + Ctrl V. O que indica que você é único e, de quebra, tão mutável de um dia ou de uma situação para outra, que nem sua unicidade indica que seja estável (Você está - e pode mudar! Só Deus é! É e ponto! É e basta!). Em todo caso, você segue único, ainda que seu ser não seja lá de grande valia, e continuará a ser único, caso opte por uma vida de renúncia, serviço e real utilidade. Só que neste último caso (e só nele) sua existência ímpar terá valido à pena, pois será uma existência nAquele que É! O único lugar da real existência do ser. O resto não passa de conjecturas, formulações e teorias.

Teoricamente prático,
Jeansley de Sousa

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