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16 de março de 2014

A verdade contra a filha do Diabo

frasesdossantos.blogspot.com
“Vós que mantínheis Vossa palavra mesmo dada ao infiel, fazei que jamais mentira passe por minha boca, ainda que a franqueza devesse me custar a vida.” (São Luis IX, rei da França)

Todos os pensadores precisam, em algum momento, refletir sobre o conceito de Verdade, ainda que deturpando-o para estabelecerem como idôneas as suas mentiras. Nesse sentido, notamos todo um esforço filosófico, nos últimos duzentos anos, visando relativizar a verdade. Raros são os filósofos que escapam a essa linha... e se escapam, dificilmente se consagram, afinal o cenário está armado para consagrar os mentirosos mais toscos, e este palco relativista, por mais contraditório que pareça, possui ares absolutos. A Filosofia, mãe das ciências, tornou-se madrasta. As ciências modernas nasceram e cresceram nesse berço de cegos e surdos, apesar da boa vontade de uns poucos. Não quero aqui tirar a esperança de que católicos possam ser bons psicólogos, sociólogos ou antropólogos. Aliás, até torço para que eles, na sincera busca pela verdade, ajam como Deus e consigam tirar de um mal um bem maior, contudo, o objetivo do presente artigo não é tratar da Verdade e da mentira em ambientes acadêmicos, ainda que as universidades estejam cheias de católicos por quem o blog Sanctus Domini clama: Desperta, tu que dormes!

...Mas por falar em católicos sonolentos...

Se a verdade há de ser preocupação basilar de um filósofo, não deve ocupar menos espaço na vida de um cristão. Afinal, para um cristão não há espaço para conjecturas e relativismos nesse assunto: a verdade é uma pessoa! A verdade é Deus! Foi da boca do próprio que ouvimos: “Eu sou O caminho, A verdade e A vida.” É ler e crer. Não necessita maiores explicações, portanto, não as farei.

Da mentira conhecemos a paternidade sem necessidade de exame de DNA. Para tal conhecimento bastou que a própria Verdade lho declarasse: “O Diabo é o pai da mentira!” Quanto ao tamanho das pernas desta filha diabólica, nunca medi, mas dizem que são curtas o suficiente para que, correndo ligeiras, destruam histórias, reputações, valores, vidas... Não há quem se salve: desde o mentiroso que se autodestrói e se imbeciliza, passando pelo ouvinte leviano (e por isso mesmo, não sem culpa) que fica com a má impressão registrada a respeito da vítima e chegando ao próprio alvo da mentira que, em cem por cento das vezes, não tem a menor chance de defesa. Afinal, fora do âmbito jurídico (onde ataque e defesa possuem direitos garantidos, ao menos em tese...) contraditório é concessão de almas nobres, jamais de bisbilhoteiros, barraqueiros e fofoqueiros.

Os antigos diziam que um homem honrado possui a palavra como o bem mais valioso. Muitos negócios eram feitos somente na base da palavra. Para um homem honrado, palavra dada é palavra cumprida (salvo motivos justificáveis)! Evidentemente, se tal homem não tem credibilidade em suas palavras e anda de fofoquinhas e disse me disse, não lhe resta muita coisa que se aproveite em seu caráter. E isso, obviamente, vale também para as mulheres! Ninguém está autorizado pela Verdade a fofocar, a ouvir e dar créditos a historinhas, muito menos passá-las adiante sem a devida e sincera busca pela verdade, além, é claro, da igualmente sincera busca pela edificação de seu próximo, que elimina aquela possibilidade bisonha do: “eu falo é na cara mesmo!”, quando o melhor, talvez, fosse a sabedoria e a frieza calculada do silêncio.

Comportamentos dissimulados, falta de autenticidade, linguagem dupla, hipocrisia... são algumas das outras formas medíocres com as quais a Verdade costuma ser atacada. Lembremo-nos de que o Diabo é o pai da mentira, avô das mentirinhas brancas e dos “aumento mas não invento”, além de bisavô de todas essas picuinhas medíocres. Já o nobre Senhor a quem servimos é distinto: Ele é a própria Verdade encarnada!

Na paz da Verdade e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

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