“Palavra de homem é um tiro!” “A palavra tem poder!” “Homem que é homem jamais descumpre a palavra dada!” “Você deu sua palavra? Agora, já era!” “Você não tem palavra!?” “Cuidado com o que fala, pois a palavra atrai!”
Quem de vocês já se deparou com alguma das expressões acima ou outras similares mas de valor equivalente? Qual o real poder das palavras? Vamos pensar… Vem comigo nessa breve reflexão…
É comum que muitas pessoas, em suas vidas desordenadas, jamais tenham estabelecido hierarquia que valorize, em primeiro plano, as coisas que mais importam, deixando em segundo ou a perder de vista, coisas secundárias ou supérfluas. Geralmente, é o oposto que ocorre: supervalorizam detalhes, escandalizam-se com miudezas e deixam de lado a Verdade, a Caridade e, consequentemente, deixam de lado Aquele que é O Caminho, Verdade e Vida!
Não tenho dúvidas de que você já foi repreendido por alguém “religioso” após dizer alguma bobagem do tipo: “Putz. Como sou azarado!”. Parece que a reprimenda já se encontra na ponta da língua (e nem precisa ser “religioso”, às vezes ateus o fazem): “Cuidado. A palavra tem poder. Se você ficar dizendo isso vai acabar por se tornar o que diz...” Repara bem uma coisa: se as palavras têm esse poder, logo, não precisamos de Deus, pois as coisas acontecem de modo tão aleatório quanto o que pensamos ou dizemos. Em outras palavras, é como se o universo funcionasse de maneira sistemática: “Penso, logo existo! Falo, logo acontece!” Se assim o é, deixem nos comentários abaixo o seu parabéns antecipado para o novo ganhador da Mega-Sena da virada, pois eu vou ganhar. Pronto, falei! Obrigado!
Retomando a lógica inicial, o que tem faltado nesse povo é o estabelecimento de hierarquia. Vamos, então, didaticamente: 1. A Palavra de Deus (e não a de um homem!) é “um tiro”, isto é, não há volta. Essa Palavra cria e rege tudo e nos ensina a amá-Lo sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos. EIS A PRIMEIRA PALAVRA QUE DEVEMOS OBSERVAR E AMAR! 2. Nossa palavra dada a esse Deus diante dos Seus Sacramentos, são precisamente, dentre as saídas de nossos lábios, as que mais importam: prometeu renunciar a satanás e suas obras, renunciar ao pecado, renunciar à mentira, ao ódio e à inveja, amar a verdade, ser obediente à Santa Igreja? Prometeu ser fiel à sua esposa até a morte, amá-la e respeitá-la? Prometeu educar os filhos na fé católica? ORA, ESSAS SÃO AS SUAS PALAVRAS DADAS QUE MAIS IMPORTAM EM SUA VIDA!
Há ainda uma 3ª categoria de palavras que possuem grande relevância: as palavras dadas a Deus como forma de promessa ou voto. Prometeu abandonar as jogatinas, os vícios, as bebidas? Prometeu abrir mão de algo lícito, do qual gostavas muito, por amor a Ele? Fez um voto diante de Deus e de testemunhas? EIS AQUI AS SUAS PALAVRAS DADAS QUE MUITO IMPORTAM (menos apenas do que as dadas em sacramento)! Se você se esforça por cumprir essas categorias de palavras, já podemos dizer, como São Josemaria Escrivá que: “És um homem de palavra, de critério e de valor!”
Agora se você, descumpridor das duas categorias de palavras acima e desrespeitador daquelas primeiras que mais importam (as de Nosso Senhor), vem se gabar de ser um homem de palavra só porque é pontual e não falha quando promete ir a um churrasco com os amigos... VOCÊ NÃO PASSA DE UM FANFARRÃO! Não que a pontualidade e o cumprimento dessas promessas menores não tenham importância alguma. Elas têm! Aliás, evite prometer o que você não poderá cumprir e seja pontual, oras! Mas essas palavrinhas são secundárias e só possuirão alguma relevância se você for um bom observador daquelas categorias mais sublimes das palavras, do contrário, sua verborragia não passa de teatro barato. E num mundo em que a escala de valores se encontra invertida e o povo anda se lixando para a hierarquia, são precisamente essas palavras menos importantes que acabam supervalorizadas, talvez, para que “gritando verdades menores, tapem mentiras maiores”, como já refletimos aqui no blog em diversas circunstâncias! Cuidado com essa hipocrisia pois, no dia do julgamento final, haverá apenas UMA PALAVRA a julgá-lo(a)! Aquela que é eterna e imutável e que deveria ocupar o topo dos nossos princípios: o Verbo Divino! Aquele que se fez carne e habitou entre nós!
Word Man,
Jeansley de Sousa
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