Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro. Segue, na reflexão de hoje, uma das riquezas desse tesouro.
Assistia, dia desses, a um desenho infantil em que uma personagem, desesperada, dizia, em meio a um caminho relativamente simples, que temia se perder. Sua amiga, vendo que o drama estava mais em sua cabeça do que na circunstância real, aconselhou: "Pense positivo", ouvindo da amiga a resposta: "Estou pensando, positivamente, que vou me perder".
Seu "atestado de sanidade" é algo que você consegue, com maior precisão do que consultando um psiquiatra, ao confiar em dois ou três amigos bem leais e, preferencialmente, portadores de uma inteligência patente, acima da média e, ainda, oriundos de diferentes jornadas... quiçá, partícipes de diferentes missões e círculos sociais. Se esses seus seletos e fiéis amigos notarem anormalidades, incoerências ou mesmo um encolhimento de sua capacidade cognitiva ou de expressão, não hesitarão em apontá-lo e farão de tudo para alertar e edificar novamente seu débil raciocínio. Esse exercício de amizade sincera vale para todos os seres humanos, sobretudo por conta de uma razão óbvia: quem "emburrece" perde a capacidade de notar que está emburrecendo. E, caso opte por não consultar ninguém, ou, consultar exclusivamente seus pares, estarão fazendo algo semelhante (guardadas as proporções) ao louco do hospício "legitimado", em sua sanidade, pelo grupo dos demais internos, ou a um bêbado com os amigos na mesa de bar, ou a um viciado em sua boca de fumo, ou em qualquer ambiente em que a paixão, qualquer que seja ela, entorpeça e cegue a muitos...
Saber o rumo a seguir, caminhar determinado e com firmeza sem, contudo, jamais prescindir dos conselhos e dicas dos sábios e leais amigos, ponderando-os regados ao vinho intenso da autêntica fé, parece-me receita de extraordinário manjar: o manjar da sanidade.
Se serviu de referência à sua vida, fico honrado em ter contribuído,
Jeansley de Sousa
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