O assunto do presente artigo é algo que está no nosso dia a dia. Quantas vezes não falamos que fulano foi fraco naquele momento e que deveria ter estudado mais ou quando falamos que alguém foi injusto por não ter cumprido o prometido e que tal pessoa é muito corajosa, ou quando falamos que alguém tem hábitos bem controlados. Essas são experiências humanas enraizadas na essência humana.
O artigo pretende discutir aspectos da vida prática do cristão e que de alguma forma nos descuidamos. Ele terá algumas doses de filosofia, mas nada muito rebuscado, pois o objetivo do blog não é formar filósofos e sim despertar para um amadurecimento da nossa fé católica.
Sócrates achava que conhecer a verdade teria como conseqüência inevitável agir bem; os atos maus, só seriam cometidos por ignorância. A idéia do artigo é seguir esse raciocínio socrático e assim, conhecermos a maneira de agirmos no cotidiano, aliando o conhecimento prático do bem junto ao conceito de liberdade que encontramos no artigo do Jeansley.
Sobre as virtudes, o catecismo nos fala das virtudes teologais, que não serão analisadas neste artigo, e das virtudes morais ou humanas. Como as últimas tiveram grande contribuição dos filósofos como Platão, Aristóteles e Tomás, sinto-me mais confortável para dissertar sobre elas. Apesar de existirem algumas idéias filosóficas, peço que tenham paciência na leitura.
A palavra virtude deriva do latim virtus, que significa varão ou virilidade, mas que também designa perfeição moral ou excelência, ou seja, uma pessoa virtuosa seria aquela que leva uma vida excelente ou perfeita. Esta pessoa tem a sua vida ordenada pela razão. Esse era o pensamento dos filósofos antigos e medievais. Sobre a palavra cardeal, esta também tem origem no latim cardo, que significa dobradiça de uma porta ou janela. Portanto, as virtudes cardeais são aquelas que trazem consigo o ponto onde todas as outras virtudes estão fundamentadas, ou seja, elas se desdobram em outras. Passado este momento, vamos às aulas de catequese. Quais são estas virtudes cardeais ou humanas? Resposta: Prudência, Justiça, Força e a Temperança.
Como ensina o catecismo no § 1804 - as virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé.
A parte fundamental deste parágrafo é a identificação das virtudes cardeais com as virtudes humanas, afirmando que elas são humanamente alcançáveis. Resumirei cada virtude e procurarei dar exemplos práticos da nossa vida para que possamos enxergar que em vários momentos do dia não necessitamos rogar a Deus para conseguir algo, pois já pertence a nossa natureza. Acredito que o artigo ficará extenso e por isso a conclusão ficará para outra ocasião.
A justiça – é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. Creio que não seja tão complicado pensar sobre ela. Como foi dito acima, essa virtude é humana significa que não necessitamos pedir a Deus para darmos ao próximo o que é justo. Desse modo, quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo, porém, se acharmos que este contrato não seja justo, o poder público vem socorrer, (pelo menos era pra ser assim) e dizer o que é o justo. Outro exemplo é o matrimônio, que nada mais é que um contrato passado diante de Deus. A justiça como atitude firme nos impede de separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos. Então, não é preciso pedir a Deus a força necessária para decidir entre a separação e a continuação do matrimônio. Esta é uma atitude objetiva de quem ordena as paixões e guia-se segundo a razão e a fé. "Senhores, dai aos vossos servos o justo e eqüitativo, sabendo que vós tendes um Senhor no céu" (Cl 4,1).
A Fortaleza – é a virtude moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem. A vida do católico não é fácil, tenho deveres com Deus, com o próximo e comigo mesmo. Sabendo disso, Deus já nos deu a virtude da força. Esta nos ajuda a vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem. Este bem pode ser para mim como no exemplo a seguir. Suponha que você tenha hipertensão e seu médico recomende exercícios físicos para que você tenha boa saúde, sem o auxílio da Força, rapidamente a pessoa fica desestimulada e acaba se prejudicando. Em outras palavras, quero dizer é que não necessitamos rezar para que Deus me dê força para malhar, estudar, trabalhar etc. Você deve ter atitude e cumprir seus compromissos, pois a força encontra-se em você. Quantas vezes ouvimos a seguinte lamentação: “Ah eu não consigo estudar é tão complicado, não tenho ânimo.” Esta pessoa não utiliza a força que Deus lhe deu e prejudica a si e aos outros que poderiam compartilhar dos seus conhecimentos e isto lhe será cobrado.
É ainda através da força que deixo de ser covarde e afirmo as minhas verdades e convicções sem me preocupar com medo de ser zombado. "No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo" (Jo 16,33).
Encerro por agora, contudo, lembro a vocês que ainda faltam duas virtudes a serem discutidas para que possamos estabelecer uma linha entre a liberdade cristã e a falsa liberdade encontrada no mundo moderno. Ademais, discutiremos como alcançar a perfeição nas virtudes morais. Fiquem com Deus.
O artigo pretende discutir aspectos da vida prática do cristão e que de alguma forma nos descuidamos. Ele terá algumas doses de filosofia, mas nada muito rebuscado, pois o objetivo do blog não é formar filósofos e sim despertar para um amadurecimento da nossa fé católica.
Sócrates achava que conhecer a verdade teria como conseqüência inevitável agir bem; os atos maus, só seriam cometidos por ignorância. A idéia do artigo é seguir esse raciocínio socrático e assim, conhecermos a maneira de agirmos no cotidiano, aliando o conhecimento prático do bem junto ao conceito de liberdade que encontramos no artigo do Jeansley.
Sobre as virtudes, o catecismo nos fala das virtudes teologais, que não serão analisadas neste artigo, e das virtudes morais ou humanas. Como as últimas tiveram grande contribuição dos filósofos como Platão, Aristóteles e Tomás, sinto-me mais confortável para dissertar sobre elas. Apesar de existirem algumas idéias filosóficas, peço que tenham paciência na leitura.
A palavra virtude deriva do latim virtus, que significa varão ou virilidade, mas que também designa perfeição moral ou excelência, ou seja, uma pessoa virtuosa seria aquela que leva uma vida excelente ou perfeita. Esta pessoa tem a sua vida ordenada pela razão. Esse era o pensamento dos filósofos antigos e medievais. Sobre a palavra cardeal, esta também tem origem no latim cardo, que significa dobradiça de uma porta ou janela. Portanto, as virtudes cardeais são aquelas que trazem consigo o ponto onde todas as outras virtudes estão fundamentadas, ou seja, elas se desdobram em outras. Passado este momento, vamos às aulas de catequese. Quais são estas virtudes cardeais ou humanas? Resposta: Prudência, Justiça, Força e a Temperança.
Como ensina o catecismo no § 1804 - as virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé.
A parte fundamental deste parágrafo é a identificação das virtudes cardeais com as virtudes humanas, afirmando que elas são humanamente alcançáveis. Resumirei cada virtude e procurarei dar exemplos práticos da nossa vida para que possamos enxergar que em vários momentos do dia não necessitamos rogar a Deus para conseguir algo, pois já pertence a nossa natureza. Acredito que o artigo ficará extenso e por isso a conclusão ficará para outra ocasião.
A justiça – é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. Creio que não seja tão complicado pensar sobre ela. Como foi dito acima, essa virtude é humana significa que não necessitamos pedir a Deus para darmos ao próximo o que é justo. Desse modo, quando assinamos um contrato com alguém, devemos cumpri-lo, porém, se acharmos que este contrato não seja justo, o poder público vem socorrer, (pelo menos era pra ser assim) e dizer o que é o justo. Outro exemplo é o matrimônio, que nada mais é que um contrato passado diante de Deus. A justiça como atitude firme nos impede de separar, pois no contrato do matrimônio aceitamos viver para sempre com a pessoa com quem casamos. Então, não é preciso pedir a Deus a força necessária para decidir entre a separação e a continuação do matrimônio. Esta é uma atitude objetiva de quem ordena as paixões e guia-se segundo a razão e a fé. "Senhores, dai aos vossos servos o justo e eqüitativo, sabendo que vós tendes um Senhor no céu" (Cl 4,1).
A Fortaleza – é a virtude moral que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem. A vida do católico não é fácil, tenho deveres com Deus, com o próximo e comigo mesmo. Sabendo disso, Deus já nos deu a virtude da força. Esta nos ajuda a vencer os obstáculos que nos atrapalham na prática do bem. Este bem pode ser para mim como no exemplo a seguir. Suponha que você tenha hipertensão e seu médico recomende exercícios físicos para que você tenha boa saúde, sem o auxílio da Força, rapidamente a pessoa fica desestimulada e acaba se prejudicando. Em outras palavras, quero dizer é que não necessitamos rezar para que Deus me dê força para malhar, estudar, trabalhar etc. Você deve ter atitude e cumprir seus compromissos, pois a força encontra-se em você. Quantas vezes ouvimos a seguinte lamentação: “Ah eu não consigo estudar é tão complicado, não tenho ânimo.” Esta pessoa não utiliza a força que Deus lhe deu e prejudica a si e aos outros que poderiam compartilhar dos seus conhecimentos e isto lhe será cobrado.
É ainda através da força que deixo de ser covarde e afirmo as minhas verdades e convicções sem me preocupar com medo de ser zombado. "No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo" (Jo 16,33).
Encerro por agora, contudo, lembro a vocês que ainda faltam duas virtudes a serem discutidas para que possamos estabelecer uma linha entre a liberdade cristã e a falsa liberdade encontrada no mundo moderno. Ademais, discutiremos como alcançar a perfeição nas virtudes morais. Fiquem com Deus.
Josimar Costa é filósofo formado pela UnB e membro do ECC da Igreja Católica
Encontrei algumas características que indicam a comparação entre o Matrimônio e um contrato, tais como: "cria DIREITOS e DEVERES na Igreja, entre os esposos e relativos à prole" e "Sendo o matrimônio uma estado de vida na Igreja, é ncessário que haja certeza a seu respeito (daí a obrigação de haver TESTEMUNHAS)" 1631 CIC. Porém a realidade da separação é relativa, segundo o mesmo Catecismo: "Mas existem situações em que a coabitação matrimonial se torna praticamente impossível pelas mais diversas razões. Nestes casos, a Igreja admite a separação física dos esposos e o fim da coabitação. Os esposos não deixam de ser marido e mulher diante de Deus; não são livres para contrair uma nova união." 1649 CIC. Dessa forma, a separação seria justa e não contrária à justiça.
ResponderExcluirÓtimo comentário! Esclarecendo que o exemplo do matrimônio serve para aqueles que o pensa de forma romântica, emotiva ou subjetiva. A exceção encontrada no CIC, onde coabitação matrimonial se torna praticamente impossível, pouco tem haver com as situações que encontramos hoje.
ResponderExcluirInteressante a reflexão sobre a fortaleza, temos muitos exemplos sobre pessoas que no exercício dessa virtude nos dão o testemunho autêntico da vivência em Deus, existem aqueles que só tomam consciência deste dom (não sei se é correto colocar assim) em momentos de extrema dificuldade, temos diversos casos de pessoas que são mutiladas e precisam superar estas limitações e são capazes de realizar coisas que não conseguiam quando tinham a plena capacidade física, na nossa caminhada são inúmeras as situações em que nos deparamos com a necessidade de ter fortaleza, a vida de Cristo foi expressão constante desta virtude, pois do início até o fim e continuidade (ressurreição) de sua vida ele exerceu está virtude. Ele é o exemplo maior, mas temos tantos e tantos outros, não é a primeira vez que tenho a oportunidade de aprender com o Josimar sobre a virtude da fortaleza, já apliquei na minha vida conselhos dados por ele sobre esta virtude, na última vez ele disse “você precisa crer em Deus e se lançar com fé”, segui o conselho e não tive sequer um único arrependimento.
ResponderExcluirQue Deus abençoe a todos.
David Denis
Caro David,
ResponderExcluirAgradeço-lhe as gentis palavras.
Contamos com suas orações para que consigamos prosseguir com este trabalho.
Salve Maria
Josimar
Não utilizar das forças que Deus me deu, me prejudicará e os outros também serão prejudicados, nossa...quanta responsabilidade nós professores carregamos. Sou formadora de opinião, caráter, sou esposa, sou mãe, sou cristã, devo estar sempre atenta para não negligenciar os conhecimentos que tenho e colocá-los sempre a serviço de Deus, não esquecendo que, sou obediente a Igreja. Gostei muito desse artigo, apesar de já conhecer as virtudes, as vezes esqueço...
ResponderExcluirAguardo o próximo artigo, parabéns pelo artigo Josimar.
Fique com Deus.