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15 de maio de 2011

Abortistas X Humanidade

Ao iniciar este artigo quero de antemão, esclarecer que ao longo de seus aproximados dois mil anos de caminhada, a Igreja Católica acumulou filósofos, cientistas, teólogos, religiosos, leigos, santos e pecadores de toda sorte. Acumulou portanto, história suficiente para que hoje possa, com toda experiência e conhecimento que possui, expressar seu ponto de vista sobre diferentes temas abordados pela sociedade, não sendo intelectualmente honesta a argumentação que confere a todo posicionamento católico, indiscriminadamente, a rotulação de alienado. Tal disparate tem por finalidade excluir dos debates justamente aqueles que teriam as fundamentações capazes de dissuadir (ou melhor, desmascarar) qualquer dos pseudo-intelectuais modernos. Trata-se de uma espécie de censura prévia que ignora o argumento deslegitimando o argumentador, impedindo com isso, a possibilidade de qualquer debate que não tenha como protagonistas pessoas e instituições que partilhem de posicionamentos similares.

Além desse aspecto lógico já suficiente à constatação de idoneidade da Igreja Católica para o debate de temas como o do presente artigo, a Igreja possui ainda, em seu caráter de natureza espiritual, autoridade exclusiva para manifestar o autêntico e infalível ensinamento cristão a respeito de questões de moral e fé (para maiores esclarecimentos sobre esse assunto aqui exposto de forma meramente preliminar, remeto-vos ao artigo: Pedro, tu és pedra... também de minha autoria, para que não prolonguemos ainda mais este primeiro apontamento, perdendo assim o foco do tema de hoje).

Feita esta primeira análise, passaremos à compreensão do que diz o Magistério da Igreja sobre o aborto.

Assim ensina o Catecismo da Igreja Católica:

“A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.” (§2270)

“Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável.” (§2271)

“A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae" "pelo próprio fato de cometer o delito" e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao 'inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.” (§2272)


Nos parágrafos iniciais deste artigo, apontei os motivos legítimos para que a Igreja manifeste seu posicionamento (para nós católicos, mais que mero posicionamento, mas ensinamento), nos subseqüentes, repeti ipsis litteris, as palavras oficiais da Igreja sobre o tema, não havendo necessidade de maiores esclarecimentos.
 
Ainda sobre o direito à vida, uma questão recentemente abordada (inadequadamente) em nosso país, diz respeito aos fetos portadores de anencefalia. A relativização moral do aborto dos mesmos só se justificaria se a ausência de cérebro fosse suficiente para destituí-los de sua natureza humana. E, ainda que tal imbecilidade fosse admitida, o mínimo que se deveria exigir era que o aborto fosse considerado crime, assim como consideram as queimadas, a caça aos animais em extinção, ou qualquer espécie de crime ambiental. Afinal não quero acreditar que os abortistas estejam superestimando a fauna e a flora na mesma proporção em que rebaixam a vida humana à condição de inseto (ou nem isso).

Que me perdoem os pró-aborto, mas o único motivo que poderia me ocorrer à mente para ser favorável a tal atrocidade, seria o fato de abortistas existirem para ter o direito de manifestar suas opiniões. Como não temos o poder de descobrir se tais seres humanos, ao adquirirem a liberdade de expressão, vão utilizá-la de forma tão criminosa, tudo o que devemos fazer é não impedir que nasçam. O risco que se corre já vale à pena se vier ao mundo uma alma justa face às centenas de desonestas. Deus é tão majestoso que a presença de sua grandeza em um destes pequenos, é mais que suficiente para ofuscar todos os demais, por mais ousadas que venham a ser suas maldades.

Na paz de Jesus e no amor de Maria
Jeansley de Sousa

2 comentários:

  1. A Medicina afirma que no exato momento da fecundação temos definida nossa codificação genética. Apesar de tal constatação, correntes doutrinárias jurídicas divergem a respeito do início da vida humana. A mais sensata entretanto, a ser ecoada pela Igreja Católica até que Cristo volte, defende o início da vida no exato momento da fecundação (em consonância com o momento da codificação genética). Nem um segundo antes ou depois: basta que o espermatozóide fecunde o óvulo e já temos uma vida humana, que merece proteção e amparo. Atentar contra a mesma é atentar contra um ser humano indefeso, da forma mais covarde e hedionda.

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  2. Aqui no Brasil, matar uma tartaruga é crime inafiançável. Matar uma pessoa, não. Se um embrião não fosse uma vida ninguém conseguiria aprovar o projeto Tamar, considerando crime destruir ovos de tartarugas. Não precisariam preocupar-se, porque os ovos de tartarugas ou os fetos não seriam embriões de tartarugas e nem haveria vida “tartarugal” a proteger.

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