Busca por palavras citadas neste blog

6 de fevereiro de 2012

Quem não reza certamente se condena

Não existem armas humanas fortes o bastante para vencer o império das trevas. Satanás e seus demônios tentam constantemente todos os homens a fim de perdê-los. Não há força humana capaz de resistir ou superar o poder puramente espiritual desses inimigos. Ou seja, se parássemos por aqui, já teríamos um inimigo que seria capaz de derrotar-nos por ser mais forte que os humanos. No entanto, se avançamos na análise dos ataques que nos rodeiam, deparamo-nos com o mundo corrompido e corrupto... Também o mundo é suficiente para nos vencer, neste caso, não pelo poder individual dos humanos arrastados pelo pecado, mas pelo seu número, demasiadamente grande para que um ser sozinho possa se lhe opor. Como se não bastassem esses dois ataques fulminantes e destruidores da alma humana, carregamos dentro de nós, aquilo que a Igreja chama de concupiscência, isto é, a nossa inclinação para o mal, herdada de nossos antepassados em decorrência do pecado deles (desde nossos primeiros pais, ou seja, pelo pecado original) e agravada, sobremaneira, por nossa própria conduta... quanto mais maldades, injustiças e impurezas cometemos, mais propensos nos tornamos a cometê-las outras tantas vezes, de forma que humanamente falando, em determinado momento, torna-se impossível resistir às tentações de nossa própria carne. Temos, portanto, três terríveis inimigos de nossa alma e salvação: Satanás, o Mundo e a Concupiscência. Nossas forças humanas, nossa hombridade, nosso caráter, por mais valorosos que sejam (e devemos mesmo portá-los) não são suficientes para salvar-nos, livrar-nos ou proteger-nos do mal.

A situação, se analisada sob esse prisma, é, no mínimo, caótica. Pois, na melhor das hipóteses, conseguiríamos nos passar por “bons” hipócritas... sepulcros caiados: belos por fora, mas podres e destruídos por dentro. Talvez por algum tempo poderíamos conseguir transmitir um “ar de bom moço” até que a verdade nos jogasse com a cara no chão. Se, em uma possibilidade remotíssima, conseguíssemos enganar todo mundo com nossa pseudo-retidão até o final de nossas vidas, de nada valeria tal esforço, pois diante de Deus todas as máscaras caem e até os infernos se prostram. Portanto, estaríamos desprovidos de toda dissimulação... espiritualmente nus, e a eternidade que é o verdadeiro fim a qual estamos destinados, nos receberia na ausência completa de Deus, isto é, no eterno sofrimento onde há choro e ranger de dentes.

Não sem razão Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, ensina-nos: “quem reza se salva, quem não reza certamente se condena”. Se essas suas palavras, de plano, chocam-nos e parecem-nos exageradas, quando analisadas à luz dos ataques a que constantemente somos expostos, ganha contornos de afirmação absoluta e inconteste. Se em tempos antigos, de notórias manifestações populares de fé, quando o povo estava habituado a rezar e a penitenciar-se muito, os santos e santas já alardeavam sobre a importância da oração constante, quem dirá nos dias atuais? Onde o ateísmo e o relativismo modernos dominaram nossa cultura e exercem influência em absolutamente tudo o que vamos fazer. Não à toa, as aparições da Virgem Maria (antes raríssimas e muito singelas) nos tempos recentes têm acontecido de forma freqüente e intensa, com mensagens que reforçam, sobretudo, a importância da fidelidade ao Papa e da oração constante e perseverante, além do jejum e da penitência de modo geral.

Além da paz interior e salvação da própria alma, a oração deve ser vivida em prol da missão e da conversão dos pecadores, como estímulo para tal, lembremo-nos de São João Maria Vianney que afirmara certa vez que um rosário bem meditado tem mais eficiência na salvação das almas do que centenas de discursos bem elaborados. Eu completaria dizendo (por experiência própria), a oração multiplica a eficácia dos discursos, dos textos, dos testemunhos de vida... A oração faz com que a Evangelização tenha alcance no íntimo dos corações. Coisa que o discurso sozinho seria incapaz de conseguir.

Dentro desse contexto de combate, tanto pela nossa salvação quanto pela salvação de nosso próximo, nossa Mãe do Céu sabe que somos incapazes de vencer pequenas batalhas contra tão poderosos e numerosos inimigos... E, se somos incapazes de vencer pequenas batalhas, poderíamos dar por perdida a guerra inteira e entregarmo-nos à condenação eterna. No entanto, ela também sabe (e por isso alerta-nos) que temos uma arma eficaz, capaz de destruir não um tentador, mas um exército inteiro de trevas. Nossa Mãe sabe que com a oração e penitência diárias e com a nossa obediência e fidelidade ao Santo Padre, os inimigos poderão juntar todas as suas forças que não poderão superar-nos... pois quando rezamos, adquirimos forças não humanas... adquirimos a força do próprio Deus. Aquele a quem todo joelho se dobra nos Céus, na Terra e nos Infernos. Confiantes, perseveremos!

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Visualizações de página