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13 de fevereiro de 2012

Perguntas que todo ser humano deveria fazer

É sempre assim. Basta perguntar a finalidade da vida de alguém para obtermos como resposta “o que” a pessoa está fazendo, “como” está fazendo ou “o que pretende” fazer... É como se perguntássemos “para que você se alimenta?” e a resposta fosse “para comer” ou “estou comendo churrasco” ou ainda: “pretendo comer caviar”. Note que a resposta não possui qualquer nexo com a pergunta, pois a finalidade de cada coisa que se faça nesse mundo sempre estará além (e, por isso mesmo, fora) da própria coisa. Inclusive a vida: seu sentido não pode estar dentro da mesma, habitando realidades menores que a própria vida. Portanto, a resposta à pergunta “qual o sentido da sua vida?” jamais poderá ser “passar em um concurso”, “ganhar dinheiro”, “conhecer o mundo”, “casar e ter filhos”, pois todas essas realidades fazem parte da vida, são inferiores à mesma e, por esse motivo, não respondem ao questionamento.

Uma pessoa que vive sem saber o “porquê” e o “para quê” de sua existência, está perdendo tempo. Anda pelo mundo só para fazer número. A resposta às perguntas do matuto: “Oncotô, doncovim e proncovô” devem estar na ponta da língua de cada ser humano que tem responsabilidade sobre esse dom divino tão precioso chamado vida. E para chegarmos a tal resposta devemos compreender que desde os pequenos afazeres cotidianos às grandes obras, tudo, absolutamente tudo possui sua finalidade além e jamais aquém da própria obra ou afazer. Raciocine comigo: ninguém trabalha por trabalhar. Trabalha-se para obter um resultado. Ainda que o trabalhador não goste do que faz ou sequer entenda o sentido de seu trabalho no âmbito profissional, na mais simples e original das hipóteses, ele trabalha pelo pão de cada dia, trabalha para manter-se vivo. Outro exemplo: quem se alimenta (isto é, todos os viventes), alimenta-se pelo sustento, para preservar o que tem de saúde, para nutrir-se... para viver mais e melhor. E mesmo os gulosos, comem pelo prazer de sentir o sabor do alimento. Ou seja, mesmo nessa situação do pecado capital da gula, a pessoa que assim se alimenta, busca uma realidade abstrata maior e além do alimento em si: o prazer. E se busca o prazer, o faz porque em seu raciocínio, tal sensação lhe proporcionará uma vida melhor (ou pelo menos um momento extasiante nessa vida). E mesmo esse prazer não possui sua finalidade em si mesmo, isto é, quem busca e alcança o prazer, mira uma realidade maior: qualidade de vida. Perceberam? Todas as realidades caminham ou buscam realidades superiores e, materialmente falando, o limite de todas elas será a vida. No final das contas, todos buscam viver bem, viver muito, viver feliz. Todos buscam VIDA. Mesmo em situação de pecado ou, de forma inconsciente, a busca acaba sendo por algo que, no mínimo, na própria concepção do ser, seja superior, maior, além da própria coisa que se faz (ainda que de fato não o seja, como nos casos de pecado em que a ilusão compromete a reta apreciação que se deveria ter de todas as coisas).

A grande questão é: se para tudo que se faz há um “depois”, há uma resposta maior (e isso inclui não apenas os atos humanos, mas também a ordenação da natureza e do espaço que funciona sempre de forma a garantir a vida), para a própria vida também é necessário que haja uma resposta maior e que esteja, seguindo a lógica de todo universo, além da própria vida.

Há alguns dias escrevi um artigo com o objetivo de, à luz da razão, concluir junto com os ateus, pela existência de Deus. Busquei convencê-los com a lógica (evidentemente não tão original assim, visto que fundamentada em São Tomás de Aquino & Cia.), de que não seria razoável admitir que toda ordem e harmonia do universo, bem como a capacidade cognitiva do ser humano fossem meros frutos do acaso. Pois se assim o fosse, tal acaso seria superior em inteligência aos humanos e eu, humildemente, o chamaria de Deus. Então... aquele artigo pode nos conduzir à resposta ao questionamento “Por que existimos?”. E tal resposta é simples assim: “Por que Deus nos criou.” Já o presente texto quer fazê-lo refletir sobre o outro questionamento igualmente essencial, o último e definitivo deles: “Para que existimos?” Pois se você tiver conhecimento da finalidade de cada coisa que faz nessa vida, porém, chegando ao final da mesma não tiver compreendido o seu sentido maior... lamento informar, mas todas as outras finalidades não passaram de ilusões e perda de tempo. Ainda que você entre no livro dos recordes como o humano mais idoso do planeta, ainda que seja conhecido por seu jeitão expansivo e tenha curtido a vida de forma intensa, se não tiver respondido a esse último “depois” dessa existência terrena, sua vida não fez o menor sentido. Corrijo: sua vida não FAZ E NÃO FARÁ o menor sentido, levando em consideração a eternidade da alma.

Conduzidos por esse raciocínio, acho que fica fácil compreender que a vida, seguindo a lógica de todas as coisas, tem um início inteligente e está ordenada para um final igualmente inteligente. Creio que não preciso de muitas reflexões, além dessas que já fiz, para convencê-lo de que essa “Inteligência Maior”, que dá origem a todo o universo, também estará em seu final. Talvez agora fique mais fácil compreender por que Jesus Cristo é chamado de Alfa e Ômega, Princípio e Fim. Se você foi capaz de concluir assim comigo, não perca tempo: comece a agir de forma que tudo o que fizer “dentro dessa vida” sirva para ordená-la, por completo, a Deus, a fim de que na hora da morte cheguemos em paz... missão cumprida... de volta às mãos do Criador. Repetindo... não perca tempo! Procure um sacerdote, confesse-se, comungue, viva os sacramentos, conheça mais e melhor a Igreja de Cristo, ame-a, reze, estude e trabalhe, colocando todas essas ferramentas nas mãos dAquele que vos criou e que sempre sabe o que é realmente melhor, para além da vida material, extirpadas todas as ilusões.

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

2 comentários:

  1. Esse artigo, é parecido com a Palestra do Pe. Paulo Ricardo: "Quero um amor maior", exibido em 13/01/2012 na canção nova.

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  2. Sim. É verdade, Brunno. Porém, a idéia "original", vamos dizer assim, é de São Tomaz de Aquino, tanto desse artigo quanto do artigo "Acaso: o Deus irracional dos ateus". Os apontamentos nesses dois textos são de algumas das provas racionais da existência de Deus e da finalidade da vida humana. Postei esse vídeo do Pe. Paulo aqui também e aproveito para indicá-lo (quem não tiver assistido, vai pesquisando nas postagens antigas do blog que encontrará esse vídeo além de um outro de tema semelhante do Prof. Orlando "As provas da existência de Deus"). Excelente!

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