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28 de setembro de 2011

Quem não está comigo, está contra mim...

...e quem não ajunta comigo, espalha! (assim diz Jesus em Lc. 11,23).

Judas Iscariotes era apóstolo, portanto, pessoa muito próxima de Jesus e dos outros onze. O que significa dizer que, em que pese o trágico desfecho de sua história, ao longo da mesma, certamente, disse e fez coisas boas, quer por iniciativa própria quer por influência das pessoas que lhes eram mais próximas (pessoas santas). A grande questão que quero colocar aqui é: por que a “parte boa” da vida de Judas Iscariotes não é transmitida? Isto é, por que não temos relatos de manifestações de fé ou caridade de Judas ao longo dos três anos de convivência com Nosso Mestre e com os apóstolos, apesar de tais manifestações terem existido?

Antes de começar a responder a indagação acima vale ressaltar que Satanás, antes de rebelar-se, era anjo e anjo de luz (significado de seu nome original: Lúcifer). O que também significa dizer que antes de sua rebeldia contra Deus, Lúcifer certamente pensou e viveu coisas boas, dignas de uma criatura espiritual de Deus. Por que também as coisas boas que este anjo tenha feito não nos são recordadas nas Escrituras? Por que quis Deus que obras, pensamentos e palavras eventualmente boas de certos anjos ou humanos se perdessem?
 
Ouso lançar ainda outro questionamento: se é notório que Deus, os Santos e a Igreja nunca louvaram pessoas ou espíritos, como no caso do próprio Satanás e outros demônios, que viveram ou vivem erguendo bandeiras contrárias a Deus e à Igreja Católica, por que alguns católicos teimam em citar frases e louvar figuras de revolucionários como Che Guevara, Mao Tse Tung ou filósofos anticristãos como Karl Marx, Friedrich Nietzsche (para citar os mais badalados) de maneira a exaltá-los ou pelo menos exaltar a “parte boa” deles? Para manter coerência, sugiro que tais “católicos” comecem a pesquisar idéias do mentor de todos eles (Lúcifer) e passem a postar suas idéias entre aspas com os devidos créditos para o autor. Aproveitem também para divulgar a vida e obra de Golias (não o falecido comediante brasileiro, mas o antigo gigante que combatia contra o povo de Deus), Judas Iscariotes, Adolf Hitler, dentre outros, afinal, todos eles possuem uma “parte boa” que justifica, pelo menos para essa laia de ““cristãos”” (fique muito entre aspas a aplicação do termo a essa gente), citá-los em vez de fazer menções a Davi, Jesus, às vítimas inocentes do holocausto e da guerra etc.

Um último questionamento ainda dirigido a esses “salvadores das partes boas de demônios e séquitos”: será que a quantidade de citações bíblicas, ou de santos, ou mesmo de pessoas comprometidas em alguma medida com o Evangelho (ainda que não canonizadas) não é suficiente para que seja necessária uma ‘busca de inspiração’ em “anticristos”? Será que é mesmo necessário ir buscar míseras gotas de água boa em fontes podres (justo nós que temos a própria fonte da água pura e eterna ao nosso alcance)?

Meus caros, não inventemos moda: se Deus não quis divulgar “a parte boa” de Lúcifer e os Apóstolos não quiseram divulgar “a parte boa de Judas, não queiramos nós inovar e superar Deus e sua Igreja, divulgando “a parte boa” de assassinos, inimigos de Cristo e da Igreja de sempre. O motivo de Deus e a Igreja não agirem de modo a exaltar essa gente (mesmo em momentos em que tal pareceria lícito) é a sabedoria do Espírito Santo que age de forma a deixar claro quem está e quem não está com Ele neste mundo em que vivemos constante combate espiritual. Católico que exalta quem não merece, acaba por induzir em erro quem ingenuamente o escute. Portanto, pare de inventar moda! Você tem exemplos de sobra de pessoas virtuosas e santas que podem ser citadas em seus testemunhos e palavras e, por esse intermédio, edificar muito mais pessoas. Salvar almas. Não precisamos do testemunho nem das palavras de assassinos!

P.S. Quem ainda não leu, sugiro que leia o artigo do Josimar que também aborda o tema aqui tratado: “Dois pesos, duas medidas. Ou a amnésia sobre o comunismo.”

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

5 comentários:

  1. Este artigo é direcionado aos católicos da linha de Padre Fábio de Melo, Gabriel Chalita e Cia. que sentem constante necessidade de citar frases de ateus, inimigos de Cristo e até assassinos, talvez no afã de usar uma "pedagogia nova" que sutilmente parece querer "aperfeiçoar Deus" que, pelo visto, na mente dessa gente, deve ter "cometido o equívoco" de não fazer uma menção honrosa sequer às "partes boas" de Satanás ou Judas.

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  2. Ótimo artigo! Nunca havia pensado por esse lado!!

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  3. "Porque meu povo cometeu uma dupla perversidade: abandonou-me, a mim, fonte de água viva, para cavar cisternas, cisternas fendidas que não retêm a água." (Jeremias 2,13)

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  4. Bom, por um lado eu entendi... mas por outro fiquei confusa... rs
    Se não podemos divulgar a parte boa, então não se pode falar bem de ninguém, levando em consideração os pecados de TODO MUNDO.
    Na hora que li este artigo, inevitavelmente me lembrei de um amigo meu, formado em teologia, que diz que "sempre veremos uma parte boa, em alguém ruim" até pq Jesus veio para os pecadores, certo? e ele(meu amigo) escreveu também uma coisa:
    "Trigo e joio. Sempre. Deixemos para trás o que não nos edifica, e aprendamos com aquilo que pode nos tornar seres humanos melhores, mais felizes e sociáveis, para o outro, para o mundo, para nós mesmos e para Deus."

    entendeu o porquê da minha confusão?!
    Pq eu sempre pensei que sempre se pode tirar algo bom de alguma coisa se for pra edificar e aprender com isso...

    então, help me, please!! haha

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  5. Oi Paullinha! Ótima sua participação. Espero poder esclarecê-la.
    Ao seu questionamento creio que este artigo já te dê resposta satisfatória sem a necessidade de qualquer acréscimo: http://sanctus-domini.blogspot.com/2011/09/pelos-frutos-conhecereis-arvore.html. Porém, para ilustrar ainda mais, faço menção à infeliz citação postada pelo “católico” Gabriel Chalita em seu twitter há alguns meses: “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros. Che Guevara” (a frase no local em que ele postou pode ser lida aqui: http://twitter.com/#!/gabriel_chalita/status/58324828251361280).
    Qual o problema existente nessa frase? Trata-se de uma frase “boa” não fosse a vida anti-cristã levada por seu autor (Che Guevara) da forma mais radical (até a morte). A questão é: tenho necessidade de citar um autor desses (comunista, assassino e anti-cristão) se dentre os santos tenho inúmeras outras frases e pensamentos muito mais edificantes (quer por seus conteúdos, quer pelo testemunho de vida de seus autores)?
    Será que tenho necessidade de citar e louvar idéias de guerrilheiros, cientistas ou filósofos que gastaram suas vidas tentando “provar” que Deus não existe, se dentre os homens e mulheres comprometidos com o Evangelho tenho um arsenal de idéias e pensamentos muito mais profundos (e cristãos) tratando dos mesmos temas de maneira muito mais coerente?
    A vida é muito curta para que eu perca tempo analisando em uma árvore má alguns acidentais frutos “de boa aparência”, sendo que tenho a meu dispor uma verdadeira floresta com árvores recheadas de bons frutos (assim atestadas pela própria Igreja de Cristo).

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