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7 de setembro de 2011

Pelos frutos conhecereis a árvore

Nosso Senhor nos deixou um ensinamento muito básico para quem quiser conhecer uma árvore: observar seus frutos. Se estes forem maus, temos configurado o sinal inequívoco de que a árvore é má; sendo bons os seus frutos, não há motivo para se duvidar de que a árvore seja boa. Levando em consideração que Jesus não dava aulas de agricultura, muito menos quisera fazer-nos conhecer melhor a flora, a reflexão é imediatamente utilizada para compreendermos os homens (árvores) e suas obras (frutos).

Partindo do princípio de que todos somos pecadores teríamos por óbvia a conclusão de que todas as árvores são más, uma vez que produzem frutos maus (pecados). Porém, do alto de sua sabedoria e inteligência, certamente não foi isso que quis nos ensinar Nosso Mestre. Ele quis antes fazer-nos observar em que direção e quais obras realizam determinada pessoa apesar de seus pecados. Se a pessoa busca em tudo o que faz (isto é, em suas atitudes concretas) o Reino de Deus e suas obras apontam nesse sentido, percebemo-nos então diante de uma árvore boa. Se, ao contrário, a pessoa em análise (que espero, sinceramente, não seja você) busca os próprios interesses movidos pela avareza ou pela luxúria, por exemplo (para citar apenas dois dos pecados capitais), estamos diante de uma pessoa que fez do erro e do pecado o seu propósito de vida, utilizando Deus apenas como uma espécie de amuleto com a finalidade de livrá-lo das enrascadas que sua própria filosofia de vida o conduz: portanto, trata-se aqui de árvore má sem sombras de dúvidas.

A diferença crucial entre um cristão que quer verdadeiramente seguir seu Senhor e um “cristão de fachada” ou mesmo um não-cristão declarado, não reside na quantidade de pecados cometidos por um ou outro, nem mesmo na natureza desses pecados. A diferença reside no fato de que os verdadeiros cristãos odeiam os seus pecados, arrependem-se, humilham-se, pedem perdão a Deus e aos homens, levantam a cabeça e buscam na prudência e na graça de Deus a força necessária para não voltar a pecar. Fazem isso quantas vezes forem necessárias até que a Graça de Deus os santifiquem e sejam, ao final de suas vidas, elevados à Glória de Deus por toda eternidade.

O mais comum (tristemente comum) nos dias atuais, é que o ser humano trace seus objetivos e metas nessa Terra e utilize Deus como um instrumento para a execução dos mesmos. Baseados nesse falso deus que seguem (um deus desprovido de vontade e de regras), passam a desobedecer a Igreja fundada por Cristo e deixada neste mundo como sinal de salvação, todas as vezes em que seus interesses egoístas choquem-se com os ensinamentos católicos. Essas pessoas costumam até cultivar certa devoção a um ou alguns santos; costumam dizer que amam a Deus e até mesmo rezam diariamente e comungam nas Santas Missas, no entanto, fazem tudo isso porque lhes custa pouco ou mesmo porque lhes é conveniente na medida em que usam da fé acreditando que suas próprias vontades serão atendidas prontamente. Mas a partir do momento que essa mesma Igreja que lhes oferece os Sacramentos, as orações e toda a devoção que essas pessoas possam ter, exija delas algum sacrifício na prática de suas vidas, como por exemplo: casar-se na Igreja e aplicar na relação conjugal, os métodos naturais de planejamento familiar, negando, obedientes à mesma Igreja que lhes inspira tanta devoção, os métodos anticoncepcionais artificiais, quaisquer que sejam eles, há uma tendência (infelizmente, quase massacrante) de as pessoas desobedecerem a Igreja neste ponto (para citar apenas esse dentre tantos outros em que a Mãe Igreja colhe desobediência de seus ingratos filhos). 

Sabem o que isso significa, meus caros? Significa que cada falso cristão tem criado seu próprio senhor e “fundado” sua própria igreja. Aderindo do verdadeiro Catolicismo tão somente o que lhes seja conveniente e agradável aos sentidos. E o fenômeno que assistimos fora dos templos católicos: igrejas protestantes surgindo às pencas, em todas as esquinas e becos, professando cada qual um evangelho que melhor lhes agrade, acaba ocorrendo de forma um pouco mais discreta, porém, não menos real, dentro da própria Igreja Católica. Isto é, temos inúmeras pessoas aparentemente católicas e devotas que, no entanto, se analisadas suas obras, não são coerentes com a Igreja Católica de sempre deixada por Cristo e guiada pelo Papa há dois milênios. A questão não reside em ser católico praticante ou não-praticante (denominações pueris que inventaram em relação aos católicos) uma vez que até dentre os que se afirmam praticantes o número de verdadeiros fiéis a Cristo e aos ensinamentos da sã doutrina é reduzidíssimo. Torno a reforçar: não me refiro a meras devoções nem mesmo a quantidade ou natureza dos pecados que cometemos cada um de nós; refiro-me ao fato de aderirem a filosofias e teologias contrárias ao ensinamento da Igreja fundada sobre Pedro, abraçando desta Igreja somente aquilo que não lhes tragam maiores consequências práticas. Como diriam os antigos: isso não é católico!

Recordemo-nos sempre que em nosso julgamento seremos confrontados com o próprio Cristo e com a plenitude de sua mensagem e não apenas com a parte que mais nos tenha agradado. Não estou aqui querendo insinuar que tal coerência com o todo o ensinamento católico seja algo fácil. Mas quem te iludiu que seria? Cientes de tamanha e árdua obrigação neste mundo passageiro, peçamos a Nossa Senhora que por nós interceda a fim de que nosso coração seja o molde perfeito tal qual fora seu ventre materno, para receber a plenitude do Cristo e de seus ensinamentos e nEle santificarmo-nos e alcançarmos a glória celeste!

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa
 

Um comentário:

  1. Se os frutos são maus não deve haver o temor de se considerar que a árvore seja má, pois isso, definitivamente, não contraria a proibição do não julgar que está diretamente relacionada às intenções, à subjetividade ou aos fatos desconhecidos sobre os quais se fazem análises temerárias e suposições gratuitas. Ao passo em que reconhecer as árvores pelos seus frutos é algo objetivo, devidamente embasado em realidades identificadas e concretas.

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