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10 de julho de 2011

A multidão iludida

Semana passada diverti-me feito criança junto de minha esposa em uns brinquedos infantis. Dentre as atrações, elevamos nossa adrenalina numa montanha russa de tirar o fôlego. O coração disparava a mil por hora a cada descida abrupta ou nos pequenos espaços sem trilhos em que parecíamos estar voando. A sensação de estar vivendo intensamente uma aventura só era minimizada quando olhávamos para os lados, nos dando conta de estarmos em uma cabine simuladora, usando óculos tridimensionais em frente a uma tela que nos proporcionavam todas essas emoções. Buscamos, eu e a Vivianne, uma ilusão com uma finalidade exclusiva: diversão! Contrapondo ao momento de lazer ocorreu-me, antes ainda de sair da cabine, a seguinte reflexão: Quantos acreditam e guiam-se pelas ilusões deste mundo, crendo piamente estarem vivendo um mundo real?! Quantos tomam alguma afirmação por verdadeira pelo simples fato de vê-la repetida na boca da maioria?!

Jornais que dão sempre as mesmas notícias. Mudam-se os canais, os repórteres ou redatores, mas as notícias continuam com o mesmo enfoque. Não havendo nada de mais profundo em suas abordagens e não havendo também qualquer divergência ou debate entre os diferentes meios de comunicação. As novelas apelam sempre para o mesmo conjunto temático: adultério, homossexualismo, desonestidade, vaidades e mais vaidades sem fim... E, não obstante tamanha afronta aos valores cristãos, colocam-se como as autênticas conscientizadoras sociais, representantes da realidade vivida por toda a humanidade (em uma análise bem racional, não se trata da realidade vivida pela humanidade, no entanto, de tanto insistirem na temática anos a fio, conseguirão impregnar essa realidade... e é uma pena que já estejam conseguindo... neste caso, lamentavelmente podemos afirmar: “a vida imita a arte”).

A idéia de diversão e lazer tem sempre o mesmo “sabor”. As pessoas têm o mesmo gosto, com pequeníssima variação, meramente “estética”: um gosta mais de axé, outro mais de pagode, mas ambos curtem a baixaria em seus respectivos estilos... um gosta do sul, outro do norte, mas ambos deleitam-se na promiscuidade, cada qual abraçando-a junto ao regionalismo que mais lhe agrade. Mudam as formas, mas o conteúdo é sempre o mesmo! Não havendo diferença, por exemplo, entre as análises do que seja bom neste mundo, da parte de um apresentador de TV, de um cantor de funk, ou de um professor universitário: todos bebem da mesma fonte, falam a mesma língua e têm o coração ‘transbordante de um mesmo vazio’ (com raríssimas exceções, geralmente omissas por medo da exposição ao ridículo)! Apresentar a essa gente um novo propósito, uma nova idéia de cultura, um novo olhar sobre os acontecimentos deste mundo, é pedir para ser taxado de conservador, como se tal adjetivo fosse a representação do mal e do erro. Como se fosse realmente necessário atacar e substituir os valores e princípios pelos quais viveram os santos e santas de Deus. Como se, para ser bom, fosse necessário substituir o referencial de Cristo, a âncora da justiça lançada ao Céu, por essa imensa ilusão na qual está imersa a sociedade.

Nessa ausência de referencial, o ser humano é convencido a caminhar a passos firmes e resolutos porém, sem direção! Com o ar superior de quem sabe o que quer e para onde vai, segue a multidão que caminha imbuída de uma mesma determinação que, de tão eloqüente, tem potencial para enganar até os escolhidos (Mc. 13, 22). A multidão por sua vez, segue a si própria e sua caminhada torna-se inócua, portanto incapaz de chegar a qualquer lugar não fosse a condução de um ser mais inteligente (e ele existe, não se tratando apenas da personificação do mal como querem alguns teólogos contrários ao ensinamento da Igreja Católica) que lhes abre ilusoriamente um grande portal ante seus olhos. Desta forma, perambulando como ovelhas sem pastor (MT. 9, 36), e iludidos pelo esplendor do caminho oferecido por Satanás, rumam todos para a porta larga, sobre a qual o próprio Cristo já havia falado (Mt. 7, 13): Muitos passam por ela, uma vez que seu caminho é espaçoso e muito mais convidativo porém, nas palavras do próprio Mestre, é exatamente esse caminho vistoso, largo, permissivo e cheio de atrativos, que conduz à perdição. Ou seja, todo seu encanto é ilusório, pois se pudéssemos enxergar a verdade latente em vez da ilusão patente, por esse caminho não daríamos um só passo!

Peçamos ao Espírito Santo a graça de apreciar retamente todas as coisas, já que neste mundo cheio de mentiras, tal apreciação está cada vez mais difícil. Que o Senhor nos guarde das enganações de Satanás e nos conduza pelo caminho da verdade! Que a Virgem Maria nos ajude a trilhar sempre o caminho que conduz à porta estreita. E que as ilusões possam ser por nós percebidas como tal e não tenham outro espaço senão nas artes e nos entretenimentos, jamais na vida. Amém!

Na paz de Jesus e no amor de Maria
Jeansley de Sousa

5 comentários:

  1. A abordagem que fiz aqui é extremamente resumida. Não faltariam exemplos para ilustrar o mundo fantasioso em que a maioria das pessoas vivem. Há quem passe verdadeiro sufoco e faça prestações à perder de vista, só para ter um carro zero. Há quem sacrifique o necessário em prol do supérfluo, em nome de uma aparência que não serve senão para enganar a si próprio. Ilusões, ilusões... são infindáveis seus exemplos... Lamentavelmente!

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  2. Artigo fantástico!
    Muito, muito bom o que está colocando, sempre alertando e abrindo os olhos de pessoas iludidas.
    Parabéns pelos textos maravilhosos.
    Fiquem com DEUS.
    LAYANNE MELO.

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  3. Obrigado Layanne! Abraço e fique com Deus você também!

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  4. Parabéns pelo artigo.
    Jean, não foi uma reflexão que você teve ao sair do simulador, mas foi uma inspiração de Deus.
    Os artigos estão cada vez melhores, não há duvidas que este blog tem a benção de Deus.

    Um abraço fique com Deus e mais uma vez obrigado.

    David Denis

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  5. Valeu David! Continue nos acompanhando e ajudando-nos a divulgar! Abraço e fique com Deus você também!

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