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1 de maio de 2011

Sobre a subjetividade no casamento e suas consequências

Domingo 1º de maio, festa da Divina Misericórdia e beatificação de João Paulo II. Estou escutando um pouco de música pela internet quando me deparo com Nirvana: banda de Rock do inicio dos anos 90. O que isto tem a ver com um blog como SANCTUS DOMINI? Bem, a banda é das mais talentosas dos últimos tempos, ao menos, na questão melódica. De antemão, alerto que não sou profundo conhecedor da banda e isto importará pouco ao propósito que busco neste artigo.

A música me chama atenção e vou atrás da biografia de Kurt Cobain e aí encontro algo que não me surpreende, contudo, serve de BASE para um pensamento acerca da família e confronto entre objetivo e subjetivo. Conta-se na biografia do cantor o profundo abalo sofrido por ele quando da separação de seus pais. Muitos sabem do trágico fim do vocalista do nirvana. (Suicidou-se com um tiro na cabeça). Porque um jovem tão promissor toma uma atitude como esta? A resposta não é simples, mas apontarei para o divórcio, que em última instância é a manifestação da subjetividade contemporânea, como responsável por grandes males da sociedade atual, entre eles o desequilíbrio da juventude que é educada longe dos padrões familiares recomendados. Há tempos que as pessoas entendem que o essencial é o que sinto ou que sou e não o que devo fazer. Quantas brigas são causadas só por que alguém está sentindo algo de ruim em relação ao outro. No artigo falarei do subjetivismo dentro do matrimonio e por isso me veio o nome de Kurt Cobain e o abalo que a separação dos pais causou nele.

Os casais quando contraem o matrimônio devem ter em mente duas missões indissociáveis: União e Procriação. Devem entender isto de modo objetivo, ou seja, o que devo fazer para cumprir a missão que me foi dada por Deus quando fiz meus juramentos diante do altar. O problema está aí, poucos enxergam o casamento de forma objetiva, pois a humanidade está voltada para o sujeito, o individual, enfim para o eu, impedindo o entendimento acerca de sua missão de pai e/ou mãe. Se este casamento não está ME fazendo feliz devo abandoná-lo e buscar a MINHA felicidade, independente do que esteja envolvido. Este é quase sempre o argumento para separação, apoiados na estupidez de pensamentos do tipo: “que seja eterno enquanto dure”. Os pais de Kurt não pensaram nas conseqüências do divórcio. Para eles o importante era a felicidade individual de cada um e não a felicidade de todos envolvidos no casamento. Vários argumentos em favor dos pais que se divorciam serão evocados, por exemplo, poderiam me perguntar se vale a pena manter um casamento tíbio? Respondo que esta não é a maneira correta de se relacionar dentro do matrimonio, porém, não tenho a menor dúvida de afirmar que é muito melhor manter o casamento desta forma do que optar pelo divórcio. Primeiro porque temos que cumprir o juramento que fizemos diante do altar e depois porque os filhos sofrerão muito mais as conseqüências da separação. Observe a quantidade de filhos problemáticos e note que a maior parte são filhos de pais separados ou que tenham problemas sérios dentro da família. Estes também entram no alerta que o Bem Aventurado João Paulo II fez quando esteve em nossa terra: “no Brasil há milhares de filhos órfãos de pais vivos” Boa parte dos males da sociedade contemporânea tem origem principal nesse mergulho subjetivista, onde esquecemos a missão objetiva que assumimos diante de Deus para ouvir a subjetividade. Temos de entender que quando casamos contraímos uma missão e ela será cumprida de forma objetiva e a partir daí encontraremos a felicidade, mas sobre a felicidade falarei em artigo próprio. De maneira resumida dissertei sobre o problema de contrair matrimônio e seguir vendo o mundo a partir da subjetividade, todavia, este problema está presente em todas as relações. O mundo é visto a partir de si, por isso tantas pessoas não suportam uma critica que seja, porque levam tudo para o lado pessoal, impedindo outras missões de serem cumpridas simplesmente pelos sentidos, mas isso é outro tema que deve ser explorado mais adiante. Que Deus nos ajude a entender a vida a partir dos ensinamentos da Igreja e não dos nossos sentimentos.


Josimar Costa
Filósofo formado pela UnB e membro do ECC da Igreja Católica. 
Escreverá periodicamente neste blog.

2 comentários:

  1. Òtimo artigo. Tenho exemplos práticos de pessoas próximas a mim que não conseguem levar uma vida normal devido ao "trauma" causado pela separação dos pais. O divórcio de um casal pode facilmente afetar toda a vida de seus filhos (principalmente se ocorrido durante a infância).

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  2. Nossa... muito bom artigo!! Eu havia sumido dos comentários daqui, mas nesse me senti quase que obrigada a comentar.. rs. Ontem fiz um curso pra faculdade exatamente sobre isso: Casamento, Divórcio e Filhos, e esse curso foi dado pela terapeuta familiar: Mariana Marins Juras. Ela dizia basicamente o que está neste artigo, as pessoas casam pensando somente no agora, "ESTOU sendo feliz, ESTÁ tudo bem com a gente, então vamos casar"... como se não houvesse futuro, como se não existissem crises, nem problemas nem nada que os deixasse preparados para superar conflitos que, mais adiante, aparecerão. Daí quando aparecem as crises (que são muitas), não dão conta de superá-las por não ter tido uma preparação consciente e objetiva para um casamento. Esquecem dos filhos, esquecem de separar o fator conjugal do fator parental e pensam só neles mesmos. Ela até disse que quando as pessoas casam, elas prometem que estarão juntas "na alegria e na tristeza.. e etc" mas não percebem o que estão prometendo, acham que falam isso por questões culturais e nem sequer param pra pensar que deveriam tentar manter o casamento tanto pela promessa - que no momento nao foi dada a atenção devida - quanto pelos problemas e traumas que podem causar. Acho que é até por esse imenso número de divórcios que algumas pessoas têm medo de casar, veem o casamento como algo ruim e etc...
    Me empolgo sempre quando começo a escrever... hehe
    abraços pra voces!!!

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