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1 de abril de 2011

Superstições, simpatias, quebrantes e outras bizarrices

A ingenuidade quando presente nas atitudes ou no imaginário infantil é fascinante, porém, quando presente na vida dos adultos, é bizarra. Ou vai me dizer que você nunca sentiu vontade de rir ao notar a imagem de Santo Antonio de cabeça para baixo dentro de um copo d’água na casa de uma “amiga encalhada”, que coloca sua esperança de arrumar um marido, na tortura chantagiosa que faz no santo “casamenteiro”? Vontade de rir, obviamente, não da imagem do Santo (doutor da Igreja, injustamente reduzido ao rótulo de casamenteiro), mas da “burrologia” presente na crença da topeira encalhada (queira Deus, ela permaneça assim por longa data, caso contrário... coitado do marido).

Às vezes a simpatia não dá certo e a “sabedoria” dos astrólogos vem ensinar que se sua “cor de sorte” é o vermelho e você tem trajado predominantemente o verde, nada dará certo em sua vida. Daí, não satisfeita em colocar a imagem do santo de cabeça pra baixo, a anta começa a variar tons de vermelho em suas vestes... virando uma espécie de versão feminina do Chapolin Colorado. Se nem isso funcionar, talvez seja porque alguém que tem muita inveja dela (apesar de ser pouco provável que alguém possa ter inveja desse ser) está prejudicando-a, transmitindo energias negativas. E aí... quando se trata de energia negativa, não tem companhia energética que dê jeito, só mesmo umas folhas de arruda, um banho de sal grosso... enfim, uma sequência esdrúxula de atos sem qualquer fundamentação bíblica, teológica ou científica, começa a se suceder na vida da pessoa que, sem notar, torna-se praticamente uma retardada mental, portadora de um cérebro menos desenvolvido que o de uma criança de dois anos.

Somam-se a esse exemplo, inúmeros outros que você provavelmente já tenha visto ou ouvido: colocar pêlo de cobertor na cabeça de bebê para ele parar de soluçar, amarrar fitinha vermelha no bracinho para espantar mau olhado (no meu modesto entender científico, bastava uma consulta no oftalmologista), ver gato preto ou passar embaixo de escada dá azar (sobretudo se você, distraído, bater a cabeça nela... aí eu até concordo). Enfim, inúmeras teorias sem qualquer embasamento científico ou teológico, originadas talvez no imaginário infantil de crianças que cresceram, tornaram-se adultas, mas que optaram por preservar o cérebro livre de qualquer trabalho “mais complexo” para evitar a fadiga.

Caros irmãos na fé, coisas extraordinárias realmente existem, porém a Igreja Católica é sempre muito cuidadosa ao examiná-las. No final das contas, é a própria Ciência que o atesta (sempre que não encontra explicações humanas para determinado fenômeno) para que a Igreja apenas torne público um fato extraordinário. Contudo, essa Igreja, porta-voz de Cristo na terra, nos indica o caminho a seguir. E esse caminho é a comunhão com Deus, a oração, a caridade e, portanto, não passa nem perto das casas das benzedeiras, dos astrólogos, das simpatias, superstições, quebrantes etc. Pois tais bizarrices não estão presentes no campo da fé ensinada por Jesus e difundida por seus apóstolos e sucessores; tampouco encontram fundamentos nas ciências... Tais bizarrices não encontram amparo nem mesmo no cérebro de crianças desde que o mesmo esteja em razoável funcionamento e já possua um mínimo de lógica. Essas práticas irracionais só encontram amparo nas cabecinhas das pessoas que optaram por passar adiante conhecimentos cuja origem não conhecem e a finalidade, menos ainda, sem qualquer avaliação crítica. Uma verdadeira cabeça vazia, portanto, oficina de Satanás que se deleita, transformando algumas pessoas que poderiam ser grandes profetas, em pequenos idiotas.

Na paz de Jesus e no amor de Maria,
Jeansley de Sousa

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