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22 de fevereiro de 2011

1ª REFLEXÃO SOBRE O AMOR

- O amor sentimento -

            O amor é o principal combustível das ações humanas. A maioria dos atos humanos é realizada por amor. É isso mesmo, a maioria das coisas que fazemos é por amor. O problema é saber qual a natureza desse amor, se é divino ou carnal. Hoje refletiremos um pouco sobre o amor carnal, que por convenção denominaremos amor sentimento.

Essencialmente, importa saber que o amor pode ser sentimento ou decisão da razão. E o que são os sentimentos? Os sentimentos, também denominados de paixões ou emoções, surgem, na maioria das vezes, de suposições daquilo que poderia nos dar prazer ou desprazer ou daquilo que efetivamente nos deu prazer ou dor. São aleatórios, ou seja, não prestam contas à razão, são destituídos de raciocínio. Determinado ato pode nos dar prazer hoje e amanhã já não mais, e isso ocorre sem a menor explicação.

Em si mesmo os sentimentos não são bons nem maus. São bons quando incentivam a pessoa à prática do bem ou mau se conduzem ela à prática do mal. (A prática do bem é todo ato que em que se busca UNIR as pessoas entre si e elas à Santíssima Trindade. Em sentido contrário, o ato mal é todo aquele que busca SEPARAR as pessoas entre si e elas da Santíssima Trindade). O problema é que grande parte do povo de Deus só age orientado pelo sentimento e não avalia se ditas paixões apontam para o bem ou para o mal.

Tanto faz chamar os sentimentos de paixões, de emoções, de movimentos da sensibilidade. Portanto, quando falamos que alguém está emocionado, estamos falando que ela está apaixonada, que está sentida. Leiam as seguintes frases: “Não estou sentindo vontade de perdoar”; “Não estou sentindo vontade de ajudar”; “Não estou sentindo mais nada por meu cônjuge, por isso vou me separar”; “Sinto raiva de João”; “Sinto pena de Pedro”; “Estou sentindo tristeza hoje”; “Estou sentindo alegria no meu lar”; “Estou sentindo mágoa do papai e da mamãe”; “Me senti humilhado com o que me fizeram”, etc. Enfim, todas às vezes que você estiver diante dos vocábulos “SENTIR / SENTINDO”, estamos tratando de SENTIMENTOS, de emoções, de paixões, de sensações e isso, por si só, é irracional, é reduzir a vida ao acaso, é perder o controle dela. Logo, quando uma pessoa somente age quando está SENTINDO, estamos diante de uma pessoa SENTIMENTAL, via de conseqüência, uma pessoa prevalentemente irracional, aleatória, instável, que num dia pode amanhecer sorrindo e no outro chorando, sem explicação racional para tanto. Afirmar isso não quer dizer que tal pessoa não tenha inteligência, mas que não está a utilizando, ou seja, que não está raciocinando. Por outro lado, quando alguém age conforme a razão, sem se importar com os sentimentos, tal pessoa é racional, demonstra estabilidade emocional, segurança e maturidade, o que não quer dizer que esses atributos sejam suficientes para confirmar o acerto de uma determinada decisão.

O amor sentimento busca essencialmente o prazer pessoal, assim sendo, via de regra, tal pessoa não se importa com a razão e nem com o próximo, costuma ser egoísta. Daí a explicação de pessoas largarem uma vida sólida (o emprego, a esposa, os filhos, os pais, os amigos) por emoções ou vícios, que também são estímulos à sensibilidade. Como todos os sentimentos, o amor sentimento não presta contas à razão. Isso mesmo, os sentimentos não prestam contas. Deus não vai nos julgar pelo que sentimos, mas pelo que fazemos. Os sentimentos quando passam apenas no interior do ser humano não são objetos de julgamento pelo criador, mas apenas as suas ações. A inveja de Caim, enquanto no interior dele não resultou na morte de Abel, mas a sua ação sim. A vontade de comer o fruto proibido não resultou na expulsão de Adão e Eva do paraíso, mas o comer o fruto proibido sim. Apesar de as paixões estimularem nossas ações, se não saírem da esfera interior para o exterior, elas jamais serão importantes, pelo contrário serão irrelevantes. Portanto, se sinto raiva do inimigo, mas ao invés de vingar-me, decido dar comida a ele, remédio, agasalho, oração, catequese, não tenham dúvidas que tais atos retratam um outro amor, que falaremos na próxima oportunidade. Aprendamos bem isso: “O bem deve ser feito e não depende do que estamos sentindo”.

EXERCÍCIO:

1) Quando alguém nos diz: “Eu sou uma pessoa muito sensível, sentimental.” Com base na reflexão, qual a direção espiritual mais acertada:
a)      Alertá-la dizendo para buscar um tratamento, pois tal característica orienta para infantilidade espiritual, imaturidade, insegurança e egoísmo.
b)      Elogiá-la dizendo que isso é lindo, e incentivá-la afirmando que o mundo só não está bem por falta de pessoas sensíveis e sentimentais, e que ela deve se guiar pelo coração.

2) Quando o marido farrista, traidor, que relega o lar, diz para esposa: “Você não sabe o que se passa aqui dentro. Você não sabe o amor que estou sentindo por você!” Com base na reflexão, qual a direção espiritual mais acertada para ele:
a) Dizer que os sentimentos dele não condizem com as ações. E o que vai matar a fome dessa esposa, saciar a sua sede, tirá-la do frio e curar a suas feridas não são os bons sentimentos, mas as boas ações. E lembrá-lo que ele prometeu cumprir isso.
b) Dizer para ele o seguinte: Se não está sentindo mais nada pela esposa é melhor se separar, afinal de contas, o destino dos dois é a felicidade e não uma vida de brigas. Ressaltar também que não adianta insistir contra os sentimentos, contra o destino.

Resposta: Só na próxima reflexão, mas quem quiser saber de antemão, veja: (Sabedoria 4,12), (Eclesiástico 5,2), (Eclesiástico 18,30), (Romanos 1,24-26), (Romanos 6,12), (Romanos 7,5), (Romanos 13,14), (Gálatas 5,24), (Efésios 4,22), (I Tessalonicenses 4,5), (II Timóteo 2,22), (II Timóteo 3,6), (Tito 2,12), (Tito 3,3), (São Tiago 4,1), (I São Pedro 1,14), (I São Pedro 2,11), (I São Pedro 4,2), (I São Pedro 4,3), (II São Pedro 2,10), (II São Pedro 2,10), (II São Pedro 2,18), (II São Pedro 3,3), (São Judas 1,16), (São Judas 1,18).

Há vários trabalhos desenvolvidos pela Igreja Católica no sentido de ajudar as pessoas a lidar diariamente com os sentimentos. Cito como exemplo o serviço prestado pelo Dr. Alder Bonfim, criador da Associação Amigos para Sempre, que tem um trabalho voluntário na Rádio Nova Aliança (AM 710 e FM 103,3) e na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Taguatinga Centro, entre outras. Para maiores informações acessem: http://psicologoalderbonfim.com.br.

Na próxima oportunidade refletiremos sobre o amor divino, que denominaremos por convenção, AMOR VERBO.

Até mais, combatentes.
Evando P. de Alencar.

2 comentários:

  1. Reforçando a idéia, partilho o parágrafo 1767 do Catecismo da Igreja Católica:
    "Em si mesmas, as paixões não são boas nem más. Só recebem qualificação moral na medida em que dependem efetivamente da razão e da vontade. As paixões são chamadas voluntárias "ou porque são comandadas pela vontade ou porque a vontade não lhes opõe obstáculo". Faz parte da perfeição do bem moral ou humano que as paixões sejam reguladas pela razão."

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  2. kkkkkkkkk eu ri demais com os exercícios propostos! Ow, ñ demora pra postar o próximo artigo, tow gostando hehehe. Ñ ando comentando, mas tow sempre acompanhando o blog, principalmente qnd os artigos são divulgados no orkut. Abraço a todos

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